sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Contagem regressiva: 1, 2, 3...

ou "Uma piada pronta, no país-circo onde choram os cidadãos-palhaços"


Ricardo Goldbach


Normalmente conta-se o tempo que resta até a data de um evento previsto. Seja ele desejado ou apenas esperado, é usual que se diga: "Faltam só oito dias para as minhas férias", "Faltam quatro dias para a alta do paciente", "Minha aposentadoria sai daqui a três anos" e por aí vai.

Normalmente é assim, mas não neste país esgarçado, desconstruído e pilhado, com padrões morais no fundo do poço e afundando ainda mais. Não no Brasil de Dilma -- a despreparada laranja plantada pelo lulopetismo no solo de Brasília, para cumprir um mandato que se desejava tampão --, não no Rio de Janeiro de Eduardo Paes, que o TRE-RJ diz ter sido eleito prefeito em 2008.

Assim, a piada maldosa sobre aquela apresentadora infanto-infantilizada acabou vindo para o mundo real, e foi iniciada a contagem regressiva para os Jogos Olímpicos de 2016, para um futuro que, a julgar pelo presente, ninguém quer que chegue.

Se hoje Fernando Collor usa os microfones do Senado para chamar o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de "filho da puta", se hoje Dilma Rousseff apela ao ponto alto de seu currículo -- o fato de ter sido presa nos tempos da ditadura -- quando não é vista como salvadora da pátria, então é mesmo hora de iniciarmos nossa contagem regressiva para um futuro que se anuncia mais mulambo ainda: 1, 2, 3...


A cereja do bolo

Publicação no site do partido, acessada em 7/8/2015 -- clique para ampliar


















Na Pátria Educadora -- e no país de blogueiros amestrados e bem pagos -- o partido oficial publica no site igualmente oficial:
"Um cronômetro foi ligado no local do evento para marcar o tempo que falta para o início dos jogos. Próximo ao marcador de contagem regressiva foi feita uma foto oficial com as autoridades que participaram da cerimônia."
Deu para perceber? Duas vezes: "o tempo que falta para o início" e "marcador de contagem regressiva". Não é à toa que defendem o "tudo está bem, no passado era pior". Depois que os bons quadros se afastaram do partido, num passado já remoto, sobraram apenas os cegos seletivos, os raivosos, os vitimistas profissionais e os despreparados.

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