sábado, 26 de outubro de 2013

Enquanto isso, em Washington...

(imagem: transmissão da C-Span)


Com legendas em português, as vozes de outros denunciantes da atualidade, além das palavras do lendário Daniel Ellsberg (The Pentagon Papers, 1971):


"Stop Watching Us"

 

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

DIY - Cabo de disparo da Nikon D300 (D300 trigger cord)

Ricardo Goldbach

Com a pinagem do soquete à mão, é fácil improvisar um cabo de disparo. Difícil é dar um acabamento bonito -- mas isso é outro projeto. Tenha cuidado ao encaixar e manusear os fios. O risco é seu.

It's a piece of cake when you know the pins' signals, but do it at your own risk. As for a nice looking assembly, that's a whole other story.








quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Desgoverno e niilismo

por Ricardo Goldbach

Como epílogo do deplorável espetáculo de despreparo que o governador Sérgio Cabral ofereceu ao Rio e ao mundo na noite de 15 de outubro, chega notícia, via Ancelmo, segundo a qual entre os presos pela PM (manifestantes que se encontravam na escadaria da Câmara dos Vereadores), está o pesquisador da Fiocruz Paulo Roberto de Abreu Bruno. O cientista, com quem não tenho a mais remota ligação, tem um nada magro currículo nas áreas de Engenharia Sanitária, Saúde Coletiva, Saúde Ambiental e Saneamento, além de passagens por História, Geografia e Antropologia Social, segundo me informa a Plataforma Lattes.

Pelo que aparenta ser falta de assunto (e de estofo suficiente para tratar de algum assunto), Rodrigo Constantino dedica-se, já em 16/10, ao seguinte trecho da Coluna do Ancelmo:

"Entre as 182 pessoas presas durante os conflitos entre polícia e manifestantes no Centro do Rio, ontem, está o professor e pesquisador Paulo Roberto de Abreu Bruno, da Escola Nacional de Saúde Pública/Fiocruz. Segundo a entidade, ele tem como um dos principais objetos de estudo a pesquisa de movimentos populares urbanos. Desde junho, vem recolhendo material de campo e fazendo registro fotográfico das manifestações no Rio de Janeiro. Paulo Bruno atua também no campo da saúde coletiva e ambiental tanto em comunidades indígenas amazônicas como em favelas."

Num desafio simultâneo ao Direito e ao Jornalismo, o articulista da Veja conclui:

"E agora temos isso: um representante, professor e pesquisador da entidade envolvido com criminosos, baderneiros, vândalos que atacam a polícia e quebram coisas nas ruas."

Estranha e precipitadamente, Constantino esperava da Fiocruz uma "nota de repúdio pela participação de um dos seus nesses atos vergonhosos e criminosos".

Baixando a bola e indo por partes, começando pelo Direito: atribuir falsamente um crime a alguém é em si o crime de calúnia, previsto no art. 138 do Código Penal, e seu autor está sujeito a pena de detenção de 6 meses a 2 anos, além de multa. Não é à toa que o Estado de Direito (não confundir com estado de direita) promove a atuação dos tribunais e o estabelecimento do contraditório, alimentados, por um lado, por inquéritos instaurados pela Polícia Civil e apreciados pelo Ministério Público e, por outro lado, pelo direito à defesa. Passados apenas dois dias, ainda se está em fase de inquérito e de indiciamentos (espera-se também que haja inquérito sobre disparos de armas de fogo com munição letal, por parte da PM). Por enquanto, qualquer imputação de crime é... mera imputação de crime.

Quanto à ótica jornalística, nenhuma novidade para quem conhece os fundamentos do Jornalismo, ou mesmo para quem aprecia estar informado sobre o mundo ao seu redor: toda e qualquer veiculação de informação dever ser precedida por apuração, pela minuciosa verificação dos fatos reportados. Pelo bom senso, o preceito deve valer também para conteúdos autorais, de opinião; caso contrário, é descrédito para quem escreve e para quem veicula.

No texto publicado na Veja, há mera releitura distorcida do texto de outrem. Nesse ponto, Constantino desvia-se de um de seus ídolos, Ludwig von Mises, economista e filósofo austríaco, refratário ao nazismo, um dos pilares da Escola de Viena, que condenou a lógica do polilogismo (trabalhar com hipóteses antagônicas como se harmoniosas o fossem): "A humanidade precisa, antes de tudo, se libertar da submissão a slogans absurdos e voltar a confiar na sensatez da razão". Segundo esse apelo, "o polilogismo é tão intrinsecamente sem sentido que ele não pode ser levado consistentemente às suas últimas consequências lógicas". Dadas as carências de sensatez e razão no libelo que Constantino brande contra Paulo Roberto e a Fiocruz, sobra apenas um polilogístico tiro no próprio pé. Dizendo de outra forma, quem distorce o que quer atacar, acaba dando sopapos no ar.

Quanto á presença do cientista na Cinelândia, nada há de estranho em ele ter estado lá para recolher "material de campo e fazer registro fotográfico das manifestações no Rio de Janeiro", à luz da informação de que o preso tem "como um dos principais objetos de estudo a pesquisa de movimentos populares urbanos". Se é verdade ou mentira, a conclusão caberá a um tribunal, não a um economista afoito. A princípio, não vejo por que duvidar da Fiocruz. Como certeza, fica o fato de a PM só ter começado a agir horas depois do início do vandalismo, optando por deixar escapar o flagrante de arruaceiros  aí sim  em pleno quebra-quebra. E o governador Sérgio Cabral, diga-se, deve ser chamado às falas para responder por isso.

Outra coisa estabelecida até aqui é que atuar no setor financeiro não instrumentaliza alguém, automaticamente, a ler e interpretar corretamente uma simples nota do Ancelmo. Quanto à exacerbação desmedida de vieses ideológicos, isso já é material para outra enfermaria, basta comparar os títulos dos dois textos.

Afirmação de Ancelmo Gois: "Entre os presos, professor da Fiocruz, que pesquisa protestos"

Conclusão de Rodrigo Constantino: "Fiocruz tem representante entre os criminosos presos nas 'manifestações'"

Fica o convite à reflexão: vamos de informação ou de deformação?



sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Ritalina, Rivotril, todo mundo ri

De vez em raramente, um copy&paste:

"Pills"
(Alan Sherman, 1964)

There are pills that make you happy
There are pills that make you blue
There are pills to kill your streptococci
There are pills to cure your cockeye too

There are folks whose pills have made them healthy
There are folks whose pills have cured their chills
But the folks whose pills have made them wealthy
Are the folks who make all those pills



quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Eduardo Paes, Sérgio Cabral e os Blackbacas -- tudo a ver?

Ricardo Goldbach

Chamam a atenção a passividade e a omissão do Estado, nas figuras de Eduardo Paes e Sérgio Cabral, diante da previsível baderna que tem acompanhado toda e qualquer uma das recentes manifestações da sociedade civil no Rio de Janeiro. Aquele policiamento ostensivo,  competente em forjar flagrantes e espancar jornalistas, é mandado ficar ao longe ou ausente, como se tem visto, quando se trata de evitar o crime.

O que esse descerebrado acha que conseguiu? (foto: Pablo Jacob)
O que esse descerebrado acha que conseguiu? (foto: Pablo Jacob)

Pensando bem, aquelas duas autoridades(?) devem apreciar -- e muito -- ver as manifestações populares contrárias às suas pífias atuações transformarem-se numa grande mudança de assunto, nessa unânime condenação aos rebeldes sem causa, a esses idiotas que até agora não disseram a que vieram, a não ser saquear estabelecimentos comerciais e emporcalhar monumentos e prédios históricos. Pivetes mascarados, Blackbacas que tendem a esvaziar e calar a legitimidade das ruas, é o que são, além de covardes, já que precisam pegar carona nos movimentos dos outros.

Pronto, Eduardo e Sérgio: o assunto deixou de ser a remoção de dezenas de comunidades ao avesso da Justiça, não são mais as Construtoras Delta da vida, deixou-se de lado as licitações cinzentas e as fortunas duvidosas que surgem da noite para o dia com os eventos desportivos que se avizinham. Os Blackbacas já fizeram a parte deles, tirando da pauta temas que causam incômodo a vocês. Está de bom tamanho, ou vão continuar a ser cúmplices dessa baderna?