domingo, 26 de outubro de 2014

Sobre urnas eletrônicas, Papai Noel e Coelhinho da Páscoa

Ricardo Goldbach

Você acredita no resultado das urnas eletrônicas? Mesmo antes da divulgação dos resultados (não se trata de "choro de perdedor"), desde já não acredito no que vai sair delas. Já aconteceu no Rio de Janeiro (fonte primária: auditor do Banco Central emprestado ao TRE-RJ em 2008), pode acontecer no Brasil. Desde sempre. Para sempre.



Computer Voting Is Open to Easy Fraud, Experts Say




Diebold voting machines can be hacked by remote control
Exclusive: A laboratory shows how an e-voting machine used by a third of all voters can be easily manipulated




Electronic Voting Machines Still Widely Used Despite Security Concerns




How To Steal an Election With a Diebold Machine




Security Analysis of the Diebold AccuVote-TS Voting Machine
Ariel J. Feldman*, J. Alex Halderman*, and Edward W. Felten*,†
* Center for Information Technology Policy and Dept. of Computer Science, Princeton University
† Woodrow Wilson School of Public and International Affairs, Princeton University




FOX: Diebold Electronic Vote Fraud Confirmed




Diebold Voter Fraud Rumors in New Hampshire Primaries




Diebold Indicted: Its spectre still haunts Ohio elections




Diebold Pays $2.6 Million In CA Voting Machine Fraud



A urna eletrônica é realmente segura?

["O estudo mais polêmico sobre o tema, entretanto, foi o Relatório UNB (realizado por uma equipe de professores da instituição ao TSE). O relatório atesta a possibilidade de quebra do sigilo e uma possível adulteração dos votos. Em apenas um teste, conseguiu quebrar não apenas a suposta existência de um sigilo dentro das eleições no Brasil, como demonstrar que a transparência e auditabilidade se encontram prejudicadas com esse sistema. O TSE, como de praxe, minimizou os efeitos e afirmou que uma simples melhora do algoritmo poderia acabar com estes problemas. Resta saber como confiar em um aparelho cujo próprio tripé (sigilo, transparência e auditabilidade) não são respeitados ou, na melhor das hipóteses, são no mínimo de duvidosa apuração."]




Urna eletrônica pode ser fraudada? Especialistas explicam

["Uma das recomendações dos membros do Fórum do Voto Eletrônico é a introdução do voto impresso complementar para que o eleitor possa conferir se seu voto foi registrado corretamente na urna para permitir a auditoria independente da apuração do TSE. A iniciativa ocorre na Argentina, Israel, Estados Unidos, Equador, Bélgica, Canadá e Peru, de acordo com os especialistas."]




Fraude na urna eletrônica usada no Brasil: Resposta a perguntas e argumentos frequentes

["A insegurança incurável das urnas totalmente digitais não é uma conclusão minha, nem do CMInd, nem de todos os especialistas em computação que assinaram o "Manifesto dos Professores" de 2003, nem dos parlamentares brasileiros que aprovaram o voto impresso a partir de 2014. É a conclusão de praticamente todos os estudos independentes feitos sobre a segurança desse tipo de urna, no mundo inteiro, por comitês e órgãos de competência indiscutível (como o NIST americano, correspondente ao INPM brasileiro). Muitos desses estudos podem ser encontrados na internet a partir do sitio do Voto Seguro. Essas conclusões não são meras "afirmações de autoridade" (como são as afirmações do TSE), mas sim resultado de análises técnicas e demonstrações exaustivamente detalhadas nos respectivos relatórios, que qualquer um pode baixar e ler. Por conta desses estudos, nos últimos cinco anos, o mundo inteiro já se convenceu de que, com urnas totalmente digitais, o risco de fraude em massa é real e inaceitável. Vários países que haviam adotado esse tipo de urna já trocaram ou estão trocando por sistemas auditáveis --- com comprovante material de voto, ou mesmo para o velho sistema em papel."]

http://www.ic.unicamp.br/~stolfi/urna/FAQ.html


Band denuncia fraude nas urnas eletrônicas

[candidato a vereador não teve sequer o próprio voto computado]





Eleições chegando, já vou prevendo o de sempre

Outra de arquivo:

Ricardo Goldbach (mar/2012, com informações do "Los Angeles Times", edição de 13/09/2008) 

Eleições chegando, já vou prevendo o de sempre: vai ter mentira, difamação e golpe baixo. A parte um pouco menos horrorosa é que nada disso é nosso privilégio, já que Barack Obama é orientador de pós-doutorado naqueles temas.

Vai que na campanha de 2008 Obama disse, com todas as letras, sobre o oponente John McCain:

- Ele admite que não sabe usar um computador, sequer enviar um e-mail.

Obama podia ter ido mais longe ainda, garantindo que McCain não consegue pentear o próprio cabelo ou amarrar os cadarços dos sapatos. E é tudo verdade.

O que Obama podia ter descoberto - e que mais provavelmente fingiu não saber - é que, quando servia como piloto de combate no Vietnam, McCain teve que ejetar-se de sua aeronave sobre Hanoi, caindo prisioneiro dos vietcongues.

Na queda, sofreu fratura dos dois braços e de uma perna, dentre outros ferimentos. Mantido como prisioneiro de guerra por mais de cinco anos, aos traumas da queda somaram-se lesões permanentes resultantes de tortura.

Faz tempo que McCain precisa da ajuda da esposa para tarefas corriqueiras. Nenhuma delas é essencial ao exercício das funções da presidência, mas qualquer coisa serve aos que elaboram estratégias de campanha.

Em Tropa de Elite 2, "o inimigo agora é outro". No Brasil real, ele continua o de sempre, fácil de ser identificado: é aquele que pedirá nossos votos em outubro.


[Editado em 26/10/2014]


Entra eleição, sai eleição e os coleguinhas (ao menos da Globo e da Band) mostram que não têm ideia do que fazer com um microfone na mão: referem-se aos colégios (escolas) onde há urnas instaladas como sendo "colégios eleitorais". Ainda bem que o TRE não instala urnas em açougues e farmácias.

E o tal de "justificar o voto", em vez de "justificar a ausência [à seção eleitoral]" é de matar. Onde esse povo anda comprando diploma?




2014 repete 2010

SOBRE SOBRAS DO FLA-FLU

Entre um passado e outro,
de repente, o presente.
Entre dado e versão,
só sobra o espanto.
Soçobra o canto,
entre montanha e sertão,
do mar que é de gente.

Entre faca e punhal,
sobra o vermelho sangue;
entre azul e vermelho,
sobra o negro luto;
entre preto e branco,
sobra invisível cinza.

Entre noite e chuva,
sobra rastro
de cometa,
tão longe
que a vista não alcança.

Entre Lei e Lampião,
sobra lente
que silente mira,
mal respira ou balança -
bandidos à espreita,
nos tantos lados da direita.

Urnas (funerárias),
cinzas cinzas.
Podia ser um país,
mas foi tornado campinho
de várzea
de párias;
virou sobra,
cães rosnam,
disputam sobras,
sobrou só uma pausa

suspensa no tempo,
no tempo da esperança.

Ricardo Goldbach (out/2010)

Três homens foram enforcados

Ricardo Goldbach (fev/2010)

E vai que três homens foram enforcados em Londres, no ano de 1911, pelo suposto assassinato do juiz inglês Edmund Berry Godfrey. A execução se deu numa colina, que passou a ser chamada de Greenberry Hill. Os sobrenomes dos condenados eram Green, Berry e Hill.

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