quinta-feira, 24 de setembro de 2015

How my XT1543 was turned into another brick in the (growing) wall - A Motorola OTA update story

5 steps to suicide:

1. After downloading and authorizing last OTA upgrade (battery initially at 86%, USB plugged most of the time), next reboot went to TRWP (I've forgotten to restore stock recovery).

2. Issue 1 solved, next OTA update issued unsuccesful upgrade message when system restarted.

3. After flashing just the 5 system.img sparsechunks via adb fastboot, Nova Launcher came alive(!) and this time, opposite to step 2, system settings assessed that the new LPI23.72-43 version was in place, although Wifi refused to turn on.

4. To have my Wifi back, I decided to take the whole roundtrip and fastbooted all the files listed in flashfile.xml.

5. Now I have a hefty paper weight with no bootloader, that identifies itself as "QHSUSB_BULK" when connected to a Win7 box and doesn't heat as usual when plugged to a wall charger.

There must be something wrong with the *.img files; otherwise, gazillions wouldn't be wading through forums around the world in a quest for the unbricking formula.


sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Contagem regressiva: 1, 2, 3...

ou "Uma piada pronta, no país-circo onde choram os cidadãos-palhaços"


Ricardo Goldbach


Normalmente conta-se o tempo que resta até a data de um evento previsto. Seja ele desejado ou apenas esperado, é usual que se diga: "Faltam só oito dias para as minhas férias", "Faltam quatro dias para a alta do paciente", "Minha aposentadoria sai daqui a três anos" e por aí vai.

Normalmente é assim, mas não neste país esgarçado, desconstruído e pilhado, com padrões morais no fundo do poço e afundando ainda mais. Não no Brasil de Dilma -- a despreparada laranja plantada pelo lulopetismo no solo de Brasília, para cumprir um mandato que se desejava tampão --, não no Rio de Janeiro de Eduardo Paes, que o TRE-RJ diz ter sido eleito prefeito em 2008.

Assim, a piada maldosa sobre aquela apresentadora infanto-infantilizada acabou vindo para o mundo real, e foi iniciada a contagem regressiva para os Jogos Olímpicos de 2016, para um futuro que, a julgar pelo presente, ninguém quer que chegue.

Se hoje Fernando Collor usa os microfones do Senado para chamar o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de "filho da puta", se hoje Dilma Rousseff apela ao ponto alto de seu currículo -- o fato de ter sido presa nos tempos da ditadura -- quando não é vista como salvadora da pátria, então é mesmo hora de iniciarmos nossa contagem regressiva para um futuro que se anuncia mais mulambo ainda: 1, 2, 3...


A cereja do bolo

Publicação no site do partido, acessada em 7/8/2015 -- clique para ampliar


















Na Pátria Educadora -- e no país de blogueiros amestrados e bem pagos -- o partido oficial publica no site igualmente oficial:
"Um cronômetro foi ligado no local do evento para marcar o tempo que falta para o início dos jogos. Próximo ao marcador de contagem regressiva foi feita uma foto oficial com as autoridades que participaram da cerimônia."
Deu para perceber? Duas vezes: "o tempo que falta para o início" e "marcador de contagem regressiva". Não é à toa que defendem o "tudo está bem, no passado era pior". Depois que os bons quadros se afastaram do partido, num passado já remoto, sobraram apenas os cegos seletivos, os raivosos, os vitimistas profissionais e os despreparados.

domingo, 14 de junho de 2015

Escrevendo muderno - por João Ubaldo Ribeiro

Este meu blog rejeita copy&paste; não sei por quê, mais mas só consigo postar coisas minhas. Mais Mas hoje, quase um ano depois da partida do inesquecível João Ubaldo, vou forçar a barra e reproduzir aqui um texto dele, publicado em 15/4/2001 n'O Estado de São Paulo, coisa linda, coisa dessas que Mike gostaria muito de ter escrito. Porque eu e o Mike, agente a gente vê a coisa meio assim também.

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Escrevendo muderno

JOÃO UBALDO RIBEIRO


A nível de governo, acho maravilhosa a idéia de resgatar o português, atualmente tão relegado a favor do inglês. Acho também maravilhoso achar que pelo menos 90% da população concorda que essa medida, pois essa medida, ela é fundamental para resgatar nossa cultura, hoje tão penalizada pelo domínio do inglês. Mas também acho que essa nova lei, ela não pode ser colocada a nível de povo propriamente dito, porque, apesar de maravilhosa em sua intenção, de boas intenções, o inferno, ele está cheio. Como citei acima, nada tenho contra o governo, ele emitir suas próprias normas, aplicáveis aos funcionários dele e aos documentos dele.

Porém, a nível corporativo, acho que o governo, ele deveria reconsiderar tal decisão, porque a globalização, ela não pode ser brecada, não importa os antigos, que persistem no seu nacionalismo ultrapassado. Basta colocar o assunto objetivamente para se obter um insight maravilhosamente simples: a nível corporativo, o inglês já é universal, ao ponto de que já há -- e, de certa forma, sempre houveram -- empresas que exigem, ao nível médio de seus funcionários, o conhecimento da língua de Shakespear, até mesmo em função do processo irreversível, a nível de informática.

Coloco também que, a nível de fala popular, esta lei, ela com certeza terá o mesmo destino que sobreviu a tantas outras, de não pegar, ou seja, a lei, ela corre o risco de nunca vim a ser aplicada. Vou ir mais longe: esta lei, ela não vai pegar na população, pois a verdade é que ela só iria penalizar os que usam termos em inglês ou inglesificados, que hoje são a maioria, isto devido de que a língua portuguesa, ela não tem a capacidade de expressão da língua bretã, necessitando então de que usemos o vocabulário inglês. Seria maravilhoso que nós tivéssemos uma língua capaz de expressar nossas idéias tão maravilhosamente quanto o inglês, ele é capaz de fazer.

Não nego, o mérito de nossos artistas, que hoje atinge um nível maravilhoso. Na verdade, devo colocar a ressalva de que acho que os nossos artistas, eles são, em sua grande maioria, maravilhosos, principalmente na televisão, este poderoso meio de comunicação. Menas verdade seria declarar o contrário. Mas a realidade é que a língua portuguesa, ela não é circunsquita a televisão, ela é do povo em geral. E, mesmo na televisão, ela perde bastante do inglês, que é uma língua muito mais apropriada para o diágolo do que o português. I love you, ele tem o som super mais natural do que eu te amo. Muitos negam isso para não ir ao encontro dos nacionalistas que dominam as mídias, mas, se a pessoa for examinar bem sua conciência, verá que estou super coberto de razão.

Na música, é a mesma coisa. A nossa música, ela é reconhecidamente rica, com supertalentos maravilhosos, que eu adoro. Adoro, não. Muito mais do que isso, eu amo a música brasileira, do funk ao axé e seria tapar uma peneira com o sol querer negar como são maravilhosos artistas do porte de Chico Buarque, Caetano Veloso e tantos outros que me não deixam (o que atrai o pronome -- mas ninguém fala assim, ou sejam, as regras por si só não querem dizer nada, o que só vem de encontro as minhas afirmações anteriores), que me não deixam mentir.

Mas, contudo, a verdade é que a grande música é em inglês e sempre foi, através por seus maravilhosos intérpretes, do saudável Frank Sinatra ao superturbinado Michael Jackson. A lista dos grandes artistas americanos é inenumerável, de tão longa. E vamos pensando com objetividade, a nível do racional, sem posicionamentos baseados em preconceitos super sem sentido: a música brasileira, com todos os seus talentos, é meia medíocre, se defrontada com a música americana. Alguém, a guisa de exemplo, pode imaginar um clássico como Nigth and Day cantado em português? Não dá.

A nível de literatura, nossa língua, vamos reconhecer, ela não tem ninguém que chegue perto do já mencionado maravilhoso Shakspear. E onde está, por exemplo, o nosso Stephen King? Vamos catando por aí e a ninguém chegaremos com tal estrutura supermaravilhosa de talento literário. Pode-se alegar que temos um Machado de Assis, mas hoje, ao contrário do próprio Shekspear, que qualquer um pode ir no teatro e entender, são raros os que podem ler Machado de Assis, que, apesar de seu grande valor, usa uma linguagem superultrapassada, que já foi maravilhosa em seu tempo, mas esse tempo, vamos colocar as coisas com esenção, ele já é superantigo, não importe o quanto já foi maravilhoso.

Haveriam muitas mais coisas a colocar a respeito dessa lei, mas a falta de espaço penaliza a quem almeija de esgotar determinado assunto num espaço superlimitado. Está certo, o brasileiro, ele é um povo superalegre, superbom, supercordial, um povo efetivamente maravilhoso. Mas sua língua, ela já era, e tem exemplos claros desse fato, como qualquer pessoa que vá na Barra da Tijuca poderá atestificar. Ao invés de ficar se preocupando com esses assuntos que já foi vencido pela globalização, os nossos políticos, eles deviam era de estarem preocupando-se com a fome, a inclusão social, ou sejam, coisas que de fato interessa. Eu diria mesmo de que essa lei é fruta de falta de ter o que fazer, porque, se não pudemos nos livrarmos de tantas mazelas herdadas da colonização portuguesa, pudemos pelo menos nos livrar de uma língua que nos isola do mundo e atrapalha a nossa ascenção como povo.

Que o governo lhe conserve, tudo bem, seria uma tradição louvável. Todavia, porém, posso concluir garantindo super com certeza: se essa lei fosse subemetida a um plebicito, não exito em fazer uma previsão, no meu ver, supercorreta. Essa lei, ela seria rejeitada por praticamente toda a população, sem excessão. Mas não, tudo indica que será aprovada. Durma-se com um barulho destes.

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Mais do Menos

ou "Praticando as Leis da Atração"

Ricardo Goldbach

Foto: Michel Filho / Agência O Globo
Implantar pequenos ímãs na ponta dos dedos é a nova moda para distrair amigos em festas e bares, pelo que leio hoje numa edição de online. É, parece que é isso mesmo. Para não ficar com cara de brincadeira de adolescente bêbado, a coisa atende pelo pomposo nome de "Transumanismo" e já tem até signo metalinguístico: "H+". Para mim, que tenho apenas sangue "A+", soa muito bonito e sedutor, parece algo gestado na Academia. E, "auge da tequinologia", pode-se implantar um chip de RFID (reconhecimento por detecção passiva de radiofrequência) no dedo, para que a simples proximidade com o telefone celular efetue o desbloqueio da tela. Parece impossível, mas fica mais pós-muderno ainda: o povo que ganha a vida fazendo piercing e tatuagem divulga com entusiasmo. Bingo.

Assim, em prol do "uso da tecnologia para ampliar as capacidades humanas" (sic), os jornalistas de comportamento têm uma pauta a mais. Por até dois dias, talvez. Já no Youtube, prevejo o surgimento de mais de cem protovirais. Por semana.

Contei ao Mike sobre a novidade, e ele me perguntou: "Como assim, ampliar capacidades humanas? Já não existe desbloqueio de celular por reconhecimento facial, de impressão digital, de íris e de voz?" Mike acha que no fundo, lá no fundão, esse povo quer posar no panteão que perpetua os próceres da promoção do progresso, ao lado dos inventores da roda, da alavanca, do binóculo, da penicilina e das próteses -- estas sim, inteligentes -- que nascem nos laboratórios de bioengenharia.

Mike olha para a foto do sujeito com pequenas esferas de metal penduradas na ponta do dedo e pergunta candidamente: "Não seria mais eficaz implantar uma semente de melancia no pescoço e aguardar que a Natureza fizesse a sua parte?" É, pode ser, como diz o outro. 

Mike analisa outra imagem -- um disco que gira magicamente, pendurado em um dedo -- e diz, pensativo: "Esse cara nunca mais poderá encostar em disquete, pendrive ou cartão de crédito..." Reflete mais um pouco, em silêncio, e em seguida pondera: "Mas o efeito manada vai ajeitar as finanças dos estúdios de piercing e tatuagem. Isso é muito bom, nestes tempos de malfeitos crimes acobertados contabilidade criativa maquiagem de balanços irresponsabilidade fiscal recessão desemprego em massa." Não posso deixar de concordar. Há um inegável efeito positivo no PIB.

Em outra matéria da mesma edição, leio que o "México tenta bater recorde de maior ‘selfie’ do mundo". Tudo a ver com tudo. Decididamente, a Humanidade avança a passos largos e inexoráveis -- para trás.


segunda-feira, 8 de junho de 2015

A "superbactéria KPC" e a síndrome da falta de critérios jornalísticos

Ricardo Goldbach

Acontece de novo, acontece sempre; na esteira do sensacionalismo que cerca (mais uma) ressurreição ameaçadora das "superbactérias", a mídia tradicional aposta no de sempre: em nome da pressa e do despreparo, veicula desinformação. Nas últimas semanas tenho lido que "A superbactéria KPC (...)" 

Para, para por aí. KPC é a abreviatura de Klebsiella pneumoniae carbapenemase, mas a bactéria propriamente dita atende pelo nome de Klebsiella pneumoniae. Carbapenemase é a enzima produzida pela bactéria KP. Logo, KPC é o nome da enzima, não da bactéria. Não havendo como desenhar isso mais claramente, sugiro consulta a fontes sérias (atenção, Globo e Band: Wikipedia não vale). 

Surpreendentemente, o dr. Drauzio Varella também não pode ser considerado referência técnica válida neste quesito. Por outro lado, a "Avaliação fenotípica da enzima Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC) em Enterobacteriaceae de ambiente hospitalar", trabalho científico publicado no Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial, está disponível na biblioteca eletrônica Scielo, para quem se dispuser a apurações mais consistentes.

Igualmente, a Anvisa se mostra mais merecedora de crédito quando descreve a KPC:
"Essa enzima pode ser produzida por vários tipos de enterobactérias (bactérias que estão presentes no trato gastrintestinal ) e o conhecimento científico tem demonstrado que ela confere às bactérias uma resistência ainda maior aos antibióticos, podendo inativar penicilinas, cefalosporinas e monobactâmicos. 
A enzima KPC já foi documentada em diferentes bactérias, como Salmonella enterica, Enterobacter sp, Enterobacter cloacae e na própria Klebsiella pneumoniae, que pode agir como uma bactéria oportunista em pessoas que estão com a saúde muito debilitada, provocando infecções graves no ambiente hospitalar."
Ouvi também, em noticiário de TV, que "A bactéria KPC é uma variante mais branda da bactéria KP", mas isso já se encontra abaixo do mau jornalismo; com boa vontade, é exercício ilegal de uma profissão que, definitivamente, não admite "chutes" nem palpites desinformados.

Em tempo: o mau uso e o abuso de antibióticos levaram a espécie humana a um ponto de não-retorno, mesmo que os grandes laboratórios decidissem gastar novas fortunas no desenvolvimento de novos antibióticos. A princípio, há preferência por investimentos em fármacos de uso continuado, que gerem fluxo de caixa positivo e estável ao longo do tempo. Mas, mesmo que um "super-antibiótico" fosse disponibilizado amanhã, ainda assim continuariam havendo mau uso e abuso, o consequente desenvolvimento de cepas de bactérias mais resistentes, etc, etc. 

Em 2010, a então coordenadora da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar da Clínica São Vicente (CCIH) e Gerente de Risco do Instituto Nacional de Cardiologia, Marisa Santos, afirmou durante entrevista que me concedeu: 
"Menos antibióticos devem ser usados, ou voltaremos à era pré-antibióticos, quando as infecções não eram passíveis de tratamento e controle."

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Pensucinto ilustrado: BBB

"Big Brother" - estão ensinando isso errado, mas usam a Novilíngua como ninguém.
























segunda-feira, 30 de março de 2015

Estilhaços do avião da Germanwings atingem jornalismo brasileiro








Ricardo Goldbach

Assistindo à cobertura do acidente, testemunhei o de sempre durante as transmissões do dia 24/03, mais do mesmo: amadorismo, despreparo e desrespeito ao assinante. Fico aqui apenas com as pérolas do canal GloboNews, já que nesse campeonato de incompetências é impossível zapear para a Band TV, que se superou de vez ao convidar um piloto de monomotor para fazer comentários técnicos sobre o Airbus A320.

Sem mais delongas, segue a última safra de pérolas da GloboNews.

Um especialista convidado: "Pode ter sido um caso de anoréxia, por falta de oxigênio."
(Legítimo case de anóxia profissional.)

Um âncora: "[o piloto] não manteve a nivelização, aliás, nivelação."
(Faltaram "niveladura" e "nivelismo". Fica para a próxima.)

Uma jornalista: "(...) não alcançou a maneta na cabine."
(Manetas na cabine? São permitidos? Não será perigoso que um maneta pilote um avião? De qualquer modo, mesmo que a -- digamos -- profissional quisesse se referir a "manete" ou "manche", estaria redondamente desinformada, em ambos os casos.)

Um jornalista: "Após uma caída brusca, (...)".
("Caída brusca"? Ele se referia à qualidade dos cursos de jornalismo?)

Uma jornalista: "(...) não viram as vítimas visualmente."
(Há outro modo de ver?)

Um jornalista: "O avião estava na velocidade de cruzeiro, ou seja, na velocidade máxima."
(Chutando como chuta, o ex-estagiário estaria melhor em um campo de futebol; uma coisa é uma coisa, a outra coisa é outra coisa.)

Uma jornalista: "Qual a distância do gabinete de crise até o local do acidente?"
(Sejamos sinceros e realistas: que diferença faz?)

Uma jornalista: "(...) como acaba de dizer aquele senhor da Lufthansa."
("Aquele senhor" tem um cargo: ele é simplesmente o presidente da companhia.)

Além dos baixos graus de alfabetização e cultura geral dos profissionais ex-estagiários globais, a falta de apuração é vergonhosa, na pressa de veicular qualquer coisa que seja: o comandante ora tem 60 mil horas de voo, ora 6 mil; o copiloto ora tem 600 horas de voo, ora 3.600. No meio tempo, dá para saber que a aeronave tinha "dois comandantes". 

Paradoxal é que, entra ano sai ano, os veículos publicam religiosamente "pérolas do Enem" e "pérolas do vestibular", sem perceber que, com o baixíssimo nível educacional e cultural de suas próprias equipes de jornalismo, só fazem contribuir para a perpetuação daquelas pérolas, ao desensinar hoje os vestibulandos e ex-estagiários de amanhã.


terça-feira, 10 de março de 2015

Réquiem para a esquerda

Ricardo Goldbach

Por obra do PT -- essa ex-querda despreparada e desarticulada representada por Dilma Rousseff, a marionete da lumpen elite que ora sangra presente e futuro do Brasil:

. sai estadista, entra animador de auditório
. sai Constituição, entre prostituição
. sai Bakunin, entra bacanal
. sai Gramsci, entra grana
. sai Lênin, entra leniência


Para culminar, mesmo que a presidente perca seus direitos políticos, teríamos Michel Temer na Presidência da República, para desânimo de ex-petistas como eu.

Mas Dilma não sairia por um infantilóide "3º turno", como querem fazer parecer os militantes do MAV (ex-desocupados, agora assalariados pagos para operar teclados raivosos) e os marqueteiros que pilotam a mente de Dilma, mas por "maus feitos" (sic) tipificados na lei 8.492/1992, cujos sinais e indícios até os postes (os outros, os de rua) escutam e veem, por exemplo. 

Foi nisso que desaguaram as alianças pragmáticas que o ex-partido de trabalhadores fez para assaltar a nação; o partido tinha tanto ódio (categoria inexistente em Ciências Políticas) de qualquer seita que não tivesse Lula no altar-mor, que foi lá e fez a mesma coisa. Fez pior. E pode tentar fazer pior ainda.

Em tempo: não ganhei nem ganharei "deles" (o onipresente bicho-papão inventado pelos marqueteiros de Lula) um tostão sequer para ir à rua, de luto, neste próximo dia 15 de março. Vou em homenagem ao meu título de eleitor, tão espoliado e desrespeitado pelos esquemas Diebold e assemelhados.


sábado, 7 de março de 2015

Como é Isso, jovem?



Neste 7/3/15, a #TVBandNews associa "Sunday, Bloody Sunday", do U2 (sobre conflitos na Irlanda), aos conflitos raciais nos EUA, nos anos 1960.

No mesmo canal, o nome da agência Reuters é pronunciado "rêuters", em vez de "róiters"; tiros a esmo são pronunciados como "tiros a ésmo" e por aí vai.

É o jornalismo futebol, da geração inculta que aparelhou a mídia: chuta, chuta e chuta novamente, até que uma hora acerta -- mas nunca na hora certa.

Menos videogame, jovem.

quinta-feira, 5 de março de 2015

"1984" trivia

by Ricardo Goldbach


While translating and subtitling "1984" (Michael Radford version, filmed in 1984), as a personal project, I realized some explicit Easter eggs were embedded in the movie, linking production crew names to characters and ordnances.

The following quotes don't exist in Orwell's book. Coincidence or not:

Costume Designer Emma Porteous christens an ordnance, as in "12,300 Porteous piloted missiles". (some alliteration here: "Porteous piloted")

Art Department Assistant Amanda Grenville christens an ordnance, as in "3.1 million Grenville gas-operated light machine guns". (some alliteration here: "Grenville gas-operated")

Producer Simon Perry christens an ordnance, as in "9 million Perry pineapple pin grenades". (some alliteration here: "Perry pineapple pin")

Executive Producer Marvin J. Rosenblum christens an unperson, as in "Outer Party member 4392, Rosenblum, Miniprod, Light Industry Section".

Associate Producer John Davis christens an unperson, as in "Outer Party member 66755, Davis, Miniprod, Women's Section".

Art Director Grant Hicks christens an unperson, as in "Outer Party member 53922, Hicks, Minirec, Proletarian Affairs Section".

Assistant Editor Nicolette Bolgar christens an unperson, as in "Outer Party member 947743, Bolgar, Minitrue, Records Section".

Wardrobe Supervisor John Brady christens an unperson, as in "Outer Party member 5739, Brady, Minitrue, Records Section".

Co-producer Robert Devereux christens an unperson, as in "Outer Party member 984213, Devereux, Minitrue, Records Section".

Production Buyer Peter Rutherford christens the character played by actor Peter Frye.

While "Davis", "Brady" and "Rosenblum" may be regarded as usual names, "Porteous", "Bolgar" and "Grenville" seem as equating to my hypothesis of intentional use, on the other hand.


sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

COISA PRIVÊ, SÓ ENTRE MIM E VOCÊ
























Agora é tarde, Tadeu.
Eu ia mesmo contar,
você foi clicado
nos parabéns,
naquela data protocolar,
que já foi querida.

No dia que é teu,
no dia que é meu.
Mas liga não,
ainda te restam
muitos anos de vida.

Abra o link,
alguém te serviu uma bebida.
Em teu nome,
cliquei muitas vezes
na página que doa um centavo.

Eles garantem:
eu e você de alma lavada,
ajudamos juntos
o instituto universal
em prol do fim
da unha encravada.

Estamos no livro da vida,
baronesa.
Já se passaram muitos anos,
mas tua risada
ainda põe a mesa.

Aquele joguinho
que você jogou?
Você ganhou.
Ganharam todos,
foi ganho geral.

Ganharam teus dados,
teu endereço de e-mail,
teu número de telefone,
o endereço
de onde você faz
unha e cabelo,
de onde cuidam
dos teus cuidados,
ou de quase todos.

Por isso,
no Carnaval que vem
só tem um jeito:
vou sair fantasiado
de quem "não deve, não teme":
só uma larga faixa de papel
cruzando o peito.

Abaixo do número
da minha identidade,
vai escrito teu cpf
e uma carinha de meme
(segundo dizem,
é uma "piada de internet").

Para ficar completo,
o endereço
da escola da tua filha,
o da festinha em que ela vai
e uma foto da família.

Agora vambora,
que o pouco que restou
faltou pouco para vazar,
ia vazar,
quase vazou.


RGold, 28/02/2012

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Execução em Brasília

Ricardo Goldbach

Depois de intensas porém malsucedidas negociações, o grupo de mercenários conhecido como al-Base executou há poucos minutos o candidato oficial à presidência da Cãmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia.

Restam vivos os reféns Dilma Rousseff, PT e Brasil, mas as chances dos dois primeiros são incertas, pois as torneiras dos mensalões estão quase secas, além de vigiadas pelo MPF e pela Polícia Federal, o que inviabiliza novas, digamos, negociações.

Da nação brasileira, a refém maior desse pôquer mafioso que se joga no Congresso, pouco se pode falar, a não ser que para ela nada irá mudar (para melhor, ao menos) durante os próximos quatro anos.

Já no Senado Federal, a manutenção de Renan Calheiros na presidência manteve os sorrisos nos rostos de Saney, Collor e outras eminências pardas do, digamos, projeto político do PT.


domingo, 25 de janeiro de 2015

Sobre Mike, cordas e cadarços

Ricardo Goldbach

Outro dia mencionei o Mike e resolvi revê-lo, matar saudades. Replico este texto dele, de janeiro de 2010:

"Muito estranho o LHC, aquele anel magnético lá na Suiça, tipo assim um Red Bull de elétrons. Para a teoria do campo unificado dar liga, tem que existir mais umas nove dimensões, além das quatro que a gente conhece, e tem mais. Tem que os átomos e as partículas subatômicas, que a gente aprendeu no colégio que são assim umas bolinhas muito pequenas, que nem no microscópio a gente vê, não são bolinhas.

Não é que dizem que elas tem uma dimensão? Que são tipo assim umas retas no espaço? Que se chamam cordas e supercordas? Que vibram? Que dependendo da frequência de vibração elas ganham suas identidades, tipo assim "Ah, é? Você vibra a 2GHz? Então você é um méson pi. Próxima..." E tem o bóson de Higgs, xiii... (alô revisão, não é "13...", é "xiii...", mesmo), esse é o tal, ele atribui grave responsabilidade ao gravitron, que é atribuir gravidade às massas, como se as massas já não estivessem em estado grave.

Mas aí tem gente que acha que lá na Suiça, lá no LHC, eles vão fazer o mundo acabar. Imagine só, esse mundo lindo! Tá certo que os rios estão ficando cheios de bolhas de sabão, tem também as motoserras, o José Serra, a Galisteu, os mercados de derivativos... já não tem tanta lula nem baleia no mar... tem cada vez mais pinguço no bar... já não tem tanto francês na França... Quer saber? Que se dane, deixa os cadarços pra lá."


Palavras. Ora, as palavras...

"Bare lists of words are found suggestive to an imaginative and excited mind."
(Ralph Waldo Emerson, "The Poet", 1844)


sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Samsung Galaxy S5 Mini first custom ROM ever [WIP]

by Ricardo Goldbach
RGold55




After having done some alpha and beta testing of first G800H (Qualcomm) TWRP ever, as developed by my Indian bro Rutvik Rajagopal, aka rutvikrvr (xda dev), I'm glad to announce that he is cooking the very first custom ROM (as of now) for Samsung Galaxy S5 Mini.

Stay tuned for more!

05/24/15 - UPDATE: jackeagle presents Bliss Pop Rom (Lolipop 5.1.1) for G800H at xda-developers.

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Emburrece, Brasil!

Ricardo Goldbach

De molho, com o pé quebrado e embrulhado em quilos de gesso, dedico-me ao ócio passivo nessa noite de segunda-feira. Isso, esse mesmo. Presto atenção àquele aparelho de promoção eletrônica do emburrecimento coletivo, a televisão (que Mike costuma chamar de "telementirão").

Está começando o "XPTO em Pauta", naquele canal que borra visualmente toda e qualquer referência a marcas comerciais que não contribuam para o caixinha da empresa, mesmo que se trate de matéria jornalística. Nada de marca de tênis em camiseta de entrevistado, nada de logotipo em caminhão que apareça distante, ao fundo de uma tomada. Portanto, "XPTO em Pauta", mesmo.

Divirjo, mas volto ao assunto. A ex-estagiária começa a falar. Passados menos de 2 minutos, ouço algo como "A chuva em São Paulo ela causou muitos estragos". Repito mental e inutilmente a mesma pergunta de sempre. Como assim, "A chuva ela"? A "chuva" já não é sujeito de oração o suficiente? Que diabos "ela" está fazendo aí? Está bem, está certo: é o modismo -- que batizo de "pronomismo" --, sucessor do gerundismo que assolou o dócil rebanho há algum tempo, o mesmo gerundismo que já mereceu o deboche dos pronomistas de agora... E Jorge Benjor vem vindo, do fundo da minha mente: "♫ Os pronomistas estão chegando, estão chegando os pronomistas ♪" Mentira, eles estão aí já faz algum tempo, da presidência da república ao balconista de boteco.

Preparo-me para o que possa vir em seguida (e sempre vem). Bingo! Sou informado de que as condições meteorológicas de São Paulo causaram "raios e descargas elétricas". Hein? Raios e descargas? Que raios as descargas fazem aí, se já há raios? Não tem jeito; como dizia o sábio Vicente Matheus, quem está na chuva é para se queimar. E, com essa chuva de São Paulo, haja queimação.

Queimo-me pois, à luz do Sol, sem filtro e sem piedade. Vai que, à luz dos refletores, a mesma criatura dispara, certeira e confiante: "A vitamina D vem do Sol". Catzo! E eu que achava que do Sol vinham apenas ejeções de massas coronais, raios gama, infravermelhos e ultravioletas, fótons e outras partículas e raios menos votados.

Desisto. Desligo. Não sou da geração "Chaves", mas penso que o mexicano e sua trupe deviam ser coisa mais instrutiva do que isso aí em cima, do que esse neojornalismo de improviso, exercido por despreparados. Afinal de contas, pensar não custa nada e dói menos que injeção.