sábado, 5 de março de 2016

Ecos atuais de uma velha ex-querda: o fantasma do passado voltou

Ricardo Goldbach

"Campanha do Medo" - candidata Dilma Rousseff, 2014

















A presidente da República, o Partido dos Trabalhadores e o séquito de idólatras gritam hoje "Não vai ter golpe!", antecipando o segundo golpe que querem dar. O primeiro golpe já houve, e deu-se a golpes da marquetagem terrorista e barata da última campanha de Dilma, e deu no que deu.

Os líderes da seita que cultua Lula contaminam os fiéis com sandices tais como "Se querem transformar o Brasil na Venezuela, vão conseguir. Se preparem". 

Como assim, "vão conseguir"? A presidente Dilma já pôs o Brasil no rumo da Venezuela. Os dois últimos governantes nunca ouviram falar em "peak oil", apostaram todas as fichas no pré-sal e no petrolão, e perderam. O país está falido e desprestigiado perante a comunidade internacional depois de receber das agências de rating a pecha de "caloteiro".

E como assim, "Se preparem"? O paramilitar João Pedro Stédile ordenou que suas legiões "pão-com-mortadela" engraxem as botas? Outra vez?


Militantes petistas expõem seus argumentos para um não-convertido
diante do Aeroporto de Congonhas (04/03/16) - foto de Pedro Kirilos














"Sangue nos olhos e faca nos dentes" é o novo mote petista. O PT, rejeitado por 58,41% dos eleitores no primeiro turno das últimas eleições presidenciais, dá mais um tiro no pé. E desta vez sem o apoio do terrorismo publicitário que antecipava imagens do que seria o Brasil, caso o adversário vencesse: desemprego, mãe sem dinheiro para remédios da filha, filho da classe média lavando para-brisa de automóvel em sinal de trânsito... Alguém ainda se lembra (refresque a memória aquiabre em nova janela)? Eu me lembro. Mas o PT é o maior adversário do PT e fez o que o adversário externo faria. A tristemente famosa -- e profética -- "Campanha do Medo", criada em 2014 por João Santana e aprovada por Rui Falcão, Dilma e Lula, bate de frente com a recorrente queixa da ex-querda contra a "manipulação midiática".

No que o PT é diferente daquilo que execra? O partido gasta milhões de reais aparelhando uma mídia manipuladora. A "Militância em Ambientes Virtuais" é um dos braços midiáticos do PT, composto por tecladistas assalariados que xingam e ameaçam os infiéis, inventam factóides e disseminam ódio onde quer que se possa usar um teclado, das seções de leitores de jornais à onipresente dobradinha Twitter&Facebook.

O discurso infanto-juvenil da máquina de propaganda ex-querdista massacrou Marina Silva, quando a então candidata afirmou que o pré-sal não deveria ser prioridade de curto prazo; a máquina respondeu que Marina era contra haver crianças em escolas. Argumentação mais imbecil só pode ser encontrada nas pífias defesas agora rabiscadas pelos advogados do PT.

Dilma não vai cair por causa das suas notórias deficiências cognitivas ou da sua igualmente reconhecida falta de talento para a política. Vai cair porque não conseguiu descolar-se de seu passado comprometido com a improbidade administrativa (íntegra da Lei 8.429/1992, abre em nova janela), com o partido da "faca nos dentes" e por dar mais ouvidos ao ectoplasma de Chavez (às vezes encarnado no imaturo companheiro-poste Maduro), do que àqueles que fazem o Brasil crescer, aos operários, aos empresários geradores dos empregos dos operários, todos eles recolhedores de impostos e financiadores da recém-falecida – mas moribunda há décadas -- Previdência Social.

A depender do PT, a Venezuela tem mesmo tudo para ser aqui -- graças a um partido que não tem ao que mais recorrer, a não ser à cegueira religiosa e à raivosa fidelidade do seu rebanho de fiéis.

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