Ricardo Goldbach
Ao se usar uma objetiva grande angular é inevitável que ocorra o efeito Keystone, quando os paralelismos presentes na imagem passam a divergir ou convergir em direção ao topo, dependendo de a câmera estar apontada para baixo ou para cima, respectivamente. Em ambos os casos, quanto mais o eixo da objetiva estiver inclinado, maior será a distorção. Esse efeito também pode ocorrer em objetivas de maior distância focal, mas nas grandes angulares a coisa é muito mais dramática.
Ao se usar uma objetiva grande angular é inevitável que ocorra o efeito Keystone, quando os paralelismos presentes na imagem passam a divergir ou convergir em direção ao topo, dependendo de a câmera estar apontada para baixo ou para cima, respectivamente. Em ambos os casos, quanto mais o eixo da objetiva estiver inclinado, maior será a distorção. Esse efeito também pode ocorrer em objetivas de maior distância focal, mas nas grandes angulares a coisa é muito mais dramática.
Uma solução é o uso de uma objetiva do tipo PC, do inglês perspective correction (correção de perspectiva). Ocorre que, além de uma PC Nikkor 24mm f3.5 custar cerca de US$ 2 mil, o fotógrafo deve se familiarizar (e muito) com as funções de shift, tilt e rotação, através das quais o eixo da objetiva é fisicamente deslocado ou girado de sua posição natural, o que altera o ângulo de incidência do círculo de imagem sobre o sensor (com a desvantagem de não poder haver tilt e shift ao mesmo tempo):
Vendo os resultados de imagens que fiz com uma Tokina AT-X Pro 17mm f/3.5, não gostei da distorção exagerada que algumas fotos tinham. É bem verdade que o Photoshop dispõe de funcionalidades para corrigir o keystoning, como o filtro de correção de objetivas e a transformação de perspectiva, mas nunca fiquei satisfeito com os resultados. Foi quando deu o estalo: será que há coisas melhores por aí?
Googlei. Googlei e achei uma joia chamada ShiftN (download aqui), que pretendo manter sempre por perto. Trata-se de uma software autônomo, gratuito e de código-fonte aberto, e não de um filtro para o PS. Com apenas um clique, é possível obter o alinhamento das paralelas, ou mesmo forçar o ligeiro e agradável desalinhamento que transmite a sensação de perspectiva.
Assim, peguei minha imagem original, converti para JPG (o ShiftN não lê arquivos RAW),
e abri no ShiftN:
Pressionando o botão "Automatic correction", obtive o resultado abaixo. As linhas verdes, na imagem à direita, são as que o programa levou em consideração ao determinar a correção necessária, e as roxas são as que não contribuíram para a decisão. O ângulo limite para que uma linha seja considerada é configurável por parâmetro, em "Adjust correction", e é possível retirar uma ou mais linhas do conjunto originalmente identificado pelo algoritmo. Mais ainda, shift, rotação, distorção esférica e expansão da horizontal podem ser manualmente configurados de acordo com o grau de intervenção desejado.
A área em cor preta, à esquerda, corresponde à região (sem informação de imagem) que resultou da rotação do plano original:
Após uma leve correção de horizonte e um crop (via PS), o resultado final foi este:
Eu tenho uma relação algo purista com meu equipamento: sempre procuro deixar o mínimo de trabalho possível para a etapa de pós-produção; prefiro "fazer a foto" no instante do clique, por meio de posicionamento, composição e do óbvio triângulo ISO+abertura+velocidade. Mas é inegável que em casos como o acima o ShiftN é solução bem mais prática do que ter um kit de objetivas PC, a cerca de US$ 2 mil cada uma. Sem dúvida alguma.
Muito obrigado pela sua criação, Marcus Hebel.
Em tempo: é miraculosa a ausência de distorção esférica dessa AT-X Pro no corpo D300 (não FF), apesar da pequena distância focal: não há o que corrigir.
Muito obrigado pela sua criação, Marcus Hebel.
Em tempo: é miraculosa a ausência de distorção esférica dessa AT-X Pro no corpo D300 (não FF), apesar da pequena distância focal: não há o que corrigir.
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