SOBRE SOBRAS DO FLA-FLU
Entre um passado e outro,
de repente, o presente.
Entre dado e versão,
só sobra o espanto.
Soçobra o canto,
entre montanha e sertão,
do mar que é de gente.
Entre faca e punhal,
sobra o vermelho sangue;
entre azul e vermelho,
sobra o negro luto;
entre preto e branco,
sobra invisível cinza.
Entre noite e chuva,
sobra rastro
de cometa,
tão longe
que a vista não alcança.
Entre Lei e Lampião,
sobra lente
que silente mira,
mal respira ou balança -
bandidos à espreita,
nos tantos lados da direita.
Urnas (funerárias),
cinzas cinzas.
Podia ser um país,
mas foi tornado campinho
de várzea
de párias;
virou sobra,
cães rosnam,
disputam sobras,
sobrou só uma pausa
suspensa no tempo,
no tempo da esperança.
Ricardo Goldbach (out/2010)
Entre um passado e outro,
de repente, o presente.
Entre dado e versão,
só sobra o espanto.
Soçobra o canto,
entre montanha e sertão,
do mar que é de gente.
Entre faca e punhal,
sobra o vermelho sangue;
entre azul e vermelho,
sobra o negro luto;
entre preto e branco,
sobra invisível cinza.
Entre noite e chuva,
sobra rastro
de cometa,
tão longe
que a vista não alcança.
Entre Lei e Lampião,
sobra lente
que silente mira,
mal respira ou balança -
bandidos à espreita,
nos tantos lados da direita.
Urnas (funerárias),
cinzas cinzas.
Podia ser um país,
mas foi tornado campinho
de várzea
de párias;
virou sobra,
cães rosnam,
disputam sobras,
sobrou só uma pausa
suspensa no tempo,
no tempo da esperança.
Ricardo Goldbach (out/2010)
Nenhum comentário:
Postar um comentário