quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Arquiteto real projeta museu virtual, o Museu da Corrupção

Ricardo Goldbach

Formado em Arquitetura, com direito a Juscelino Kubitschek como paraninfo da turma, o mineiro Rodrigo de Araújo Moreira, de 78 anos, é um premiado profissional do mundo real. Fortemente influenciado por Oscar Niemeyer, Rodrigo é responsável por projetos tais como o escritório da Usiminas, em Itabira, a sede do Clube de Regatas Vasco da Gama, em Santos e a sede do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA) de São Paulo. Desta vez Rodrigo inovou, ao projetar o Museu da Corrupção, transposto da prancheta real para o universo virtual por estudantes de arquitetura contemporâneos.

O museu, que de virtual tem apenas o substrato, foi concebido com base em conceitos arquitetônicos para abrigar a história moderna e concreta da corrupção no Brasil. O visitante pode navegar através dos itens do acervo, dispostos ao longo de salas constantemente abastecidas com novas peças.

Ao contrário das enfadonhas porém tristemente verdadeiras colagens de casos de corrupção que circulam atualmente por e-mail, o Museu da Corrupção tem o mérito de permitir, ao mesmo tempo, a visitação não linear e o aprofundamento em conteúdo textual e infográfico amenizados pela crítica satírica.

Esta iniciativa, patrocinada pelo jornal Diário do Comércio, de São Paulo e sob curadoria da jornalista Regiane Bochichi, reflete com infeliz acerto a necessidade - nestes tempos de inimaginável desgaste das instituições políticas brasileiras - de não se deixar a história contemporânea ficar relegada aos recantos dispersos e voláteis da memória coletiva. Seria melhor que sua existência fosse desnecessária.


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