Ricardo Goldbach
"Vamos fazer o que for necessário para limpar a sujeira que essa gente deixa no Brasil inteiro".
Com essa frase Lula pontuou o encontro que teve ontem, em São Paulo, com o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe.
Foto: Globo Online / Marcelo Franco
Aparentemente, ele se referia aos tiroteios entre traficantes, que infernizaram o Rio de Janeiro no fim de semana do dia 17 de outubro, e que tiraram a vida de policiais, criminosos e civis inocentes. Mas quem seria “essa gente”? Olhando de perto, muita gente pode estar sujando o Brasil inteiro:
Os plantadores de coca, dos países companheiros, Colômbia, Bolívia e Venezuela, seriam uma possibilidade.
Ou seriam as FARC, cujo fluxo de caixa depende da exportação de cocaína? Ou novamente as FARC, que trocam o dinheiro da droga por armas, para perpetuar o estado paralelo que criaram?
Ou novamente os produtores de cocaína que, para ajudar seus companheiros dos morros cariocas, exportam para cá fuzis e metralhadoras? Não interessa aos industriais do pó que seus negócios no Brasil e no Rio sejam ameaçados por policiais, isto é claro como água. Vem daí a necessidade de armar a bandidagem, para garantir o fluxo contínuo e tranquilo de drogas e divisas.
Ou Lula se referia aos que costuram, à sombra do Fórum de São Paulo, as alianças entre o petismo brasileiro e o revolucionismo latinoamericano, de matiz e inspiração castro-chavistas, e que desaguam nos projetos de poder do narcotráfico armado que assola a América Latina, como um todo?
Seriam por acaso os dois policiais militares, que durante os conflitos no Morro dos Macacos, se aproveitaram para furtar a arma de um terceiro policial?
Pode ser também que Lula se refira a um preso federal, que de dentro de sua cela no Paraná, dá ordens para invasões de morros.
Seriam os políticos e administradores que dizem, há décadas, que “não se muda nada de um dia para o outro”? Um deles disse isso ontem mesmo, no dia 20/10. Estes poderiam ser muito bem “essa gente” à qual o presidente se refere.
Por último, mas não menos importante, a referência pode ser ao último elo da cadeia criminosa, o consumidor da cocaína que é movida de lá para cá, a custa de muito tiro e muito sangue.
Mas se Lula, em sua tirada enxuta e tosca, estava se referindo a todos os acima, tem a total concordância e apoio deste que, ao longo de quase vinte anos, depositou seus votos e suas esperanças no sonho do PT. Um sonho que virou um pesadelo quando realizado.
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